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<< . Ética para uma Ursa . >> Estudo literário inspirado no devir pré-socrático e Nietzs

  • corpotempo
  • 17 de mai. de 2015
  • 2 min de leitura

"Então era isso, ela era parte de um jogo desconhecido. Se quisesse encontrar o mínimo de tudo, o mínimo do mínimo de todas as coisas, de todas as regras, encontraria o tempo. O tempo passava para ela mas e o resto do tempo era infinito. Todo o resto do tempo não tinha começo nem fim. Ao sentir isso, todos os seus gestos e pensamentos, de todos os momentos de sua vida, ecoaram em seu corpo, silenciosamente. Era como dar um zoom indo para o céu e de lá se ver. Ela era tudo naquele instante, absolutamente tudo que acontecera em sua breve vida. Era seu princípio e seu fim em um segundo. A ursa era toda. (Explosão). Estava suspensa e tinha todo o seu tempo para ser, apenas e tanto. Dali em diante sentia que poderia escolher qualquer coisa, sim, poderia ser o que quisesse. Era tanto para ela, ser o que quisesse, que sentia-se intimidada tamanho o banquete que via a sua frente. Pois todas as regras tornaram-se apenas uma: tempo. Era assustador de belo! Daí então transfigurava-se a cada instante. Distorcida, já não tinha formas nem fórmulas que poderiam explicar o que ela era, foi ou viria a ser. Sentiu também que todo e qualquer sofrimento vinha de uma idéia passada, uma idéia dura e fria que, de tão morta, fedia pútrida. Já bastava de se apegar aquelas idéias sem valor. Seu sofrimento vinha de todo esse cheiro, apodrecido, que maltratava seu focinho robusto e extremamente sensível. Mas agora já não havia mais isso, agora era jasmin. Assustou-se ainda mais algumas vezes mas de prazer de tudo isso. Depois, teve medo, porque achou que ia transbordar. No entanto, não havia dúvida, já estava transbordada."


 
 
 

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